No desenvolvimento do artigo vem o seguinte:
No decorrer do ensino clínico que realizei numa unidade de cuidados intensivos de neonatologia vi-me confrontada com uma situação em que estava subjacente a questão da eutanásia. Um recém- nascido prematuro com 23 semanas de gestação e aproximadamente 600gr. de peso estava conectado a um ventilador de alta pressão (destinado a manter uma expansão contínua do pulmão e fazer frequências de 60 a 150 ciclos por minuto), tendo sido detectadas para além duma insuficiência renal grave, uma hemorragia intraventricular de grau III e uma destruição acentuada do parênquima cerebral. O seu prognóstico era, portanto, extremamente reservado e segundo a opinião da equipa médica as hipóteses de sobrevivência seriam nulas. O desespero dos pais tornou-se insustentável visto que já haviam passado por uma situação semelhante com outro filho que, infelizmente, não sobreviveu. Com o passar dos dias a situação agravou-se e a angústia dos pais redobrou. Pediram então à equipa médica que terminasse com o sofrimento da criança e a desconectassem do ventilador, suspendendo também a prestação de cuidados. No entanto a equipa médica não aceitou esta decisão e a equipa de enfermagem recusou-se a deixar de prestar cuidados de conforto ao recém-nascido.
Eutanásia - Direito a Viver/Direito a Morrer
O caso em questão trata de um recém nascido, normalmente quando falamos em Eutanásia remetemos imediatamente para situações de pessoas adultas/idosas em fase terminal.
Devo dizer que sou contra o excesso de intervencionismo médico, e acho sinceramente que é tão grave assassinar alguém como é grave manter alguém vivo e em sofrimento, sendo essa uma forma de tortura.
Não consigo dizer ao certo se sou a favor ou contra a eutanásia, acho que cada situação é uma situação pelo que tudo deve ser bastante bem avaliado, no entanto penso que cada um deveria ser livre de decidir sobre a sua vida.
Esteve para aprovação recentemente o "Testamento Vital" que permite às pessoas, durante o seu estado de lucidez, definirem os cuidados e tratamentos que querem ou não receber em caso de doença que os impeça de o fazer.
Não tenho grande conclusão para deixar em relação a este tema, só queria mesmo deixar a nota para o artigo que julgo ser bastante interessante.
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