sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Saramago e Caim

José de Sousa Saramago, nascido a 16 de Novembro de 1922, Prémio Nobel da Literatura no ano de 1988, lançou recentemente um novo livro intitulado de "Caim".
Acompanhando o lançamento do livro o autor resolveu, e como é seu direito, proferir alguns comentários de cariz pessoal relativamente à igreja católica e à Biblia.

De entre os vários comentários que fez afirmou que a Biblia "é um manual de maus costumes um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana". Naturalmente que os senhores fanáticos da igreja se mostraram muito indignados com tais afirmações, tendo sido inclusive transmitido em directo na Sic Noticias um debate entre Saramago e um clérigo.
Devo dizer que li poucos livros de José Saramago, o último livro deste autor que li foi mesmo o Memorial do Convento (por imposição do programa escolar), mas do qual gostei bastante.
Ainda não li o Caim, tenho outras coisas na cabeceira de momento, mas é um livro que hei-de comprar e ler sem dúvida.

Quanto aos comentários de Saramago acho que o autor deveria estar grato pelo facto de a inquisição estar extinta, caso contrário estaria a arder na fogueira por ser um homem com espírito crítico e sensatez.

Não quero ser mal compreendido, eu acredito em Deus, no entanto olho para a Bíblia como olho para qualquer outro livro de ficção cientifica que habita nas livrarias do mundo.
Temos de ser realistas, ninguém consegue provar que o livro foi realmente escrito por apóstolos, ninguém consegue provar que o que escreveram é tal e qual o que se lê hoje.
As suas inúmeras traduções, a forma subjectiva de compreender os textos e os anos em que a leitura da bíblia foi proibida ao povo levaram certamente a uma modificação daquilo que seria o texto original.

Sejamos honestos, se a bíblia é realmente um livro sagrado porque é que não existe um único livro escrito por Cristo? Se virmos bem, tudo o que há escrito sobre ele ou que fala da sua existência foi escrito por outros.

Concluindo, tenho a dizer que tenho grande apresso pelo Nobel da Literatura, e que concordo quando fala da subjectividade dos conteúdos da Bíblia, das incoerências (afinal o Deus que é só amor depois cria um diluvio para castigar a humanidade?...), da deturpação das escrituras e acredito piamente que a bíblia que hoje se vende e apregoa não ser mais do que um produto de uma industria a que chamam de igreja católica.

Agora vamos lá a ver se me convidam para um debate televisivo, ou se amanhã estou a arder numa fogueira.

Sem comentários:

Enviar um comentário